ATIVIDADE

Palestra “A genealogia na Itália – pesquisa, turismo genealógico e cidadania”

Realizada na sede do Circolo Italiano em São Paulo

Em 5/11/2016, na sede do Circolo Italiano, no Terraço Itália, em São Paulo, foi promovida, pela ASBRAP, a palestra “A genealogia na Itália: pesquisa, turismo genealógico e cidadania”, com o genealogista italiano Michele Cartusciello, diretor do “Museo del Cognome”, em Padula, na Província de Salerno. 

O prestigiado evento teve tradução simultânea e foi aberto pelo então presidente da ASBRAP, Aguinaldo Cristofani Ribeiro da Cunha. 

Na ocasião, o palestrante fez uma explanação inicial sobre o Stato Civile italiano (registro civil) que, nas regiões que pertenceram ao Reino das Duas Sicílias, se iniciam em 1809; sendo que algumas outras localidades italianas têm registro civil desde 1861-1866, mas a maior parte aderiu ao registro civil em 1871. Em poucas localidades, a exemplo de Modena, já havia registro civil feito pelo município no século XVI, enquanto as regiões de Friuli Venezia Giulia e Trentino Alto Ádige aderiram ao registro civil somente no século XX.

O palestrante destacou que as listas de leva (alistamento militar) são importantes instrumentos de pesquisa, notadamente para suprir a falta de registros civis, e podem ser encontradas tanto nos arquivos do estado como nos municípios. Elas eram feitas por ano de nascimento, com apontamentos das características físicas da pessoa, além da filiação. 

 

Pontuou, ainda, que os arquivos eclesiásticos contém registros de batismos, casamentos e óbitos, notadamente a partir do século XVI, mas em alguns casos desde o século XV. Michele Cartusciello destacou que, nos arquivos paroquiais, também podem existir outro importante instrumento de pesquisa genealógica, os Stati delle Anime, que são recenseamentos realizados por bairros da cidade e trazem registro da família, a partir do chefe, com indicação de idades e relação de parentesco entre seus membros.

 

O palestrante ainda teceu comentários sobre Catasto Onciario, criado em 1740, principal instrumento de pesquisa nas regiões que pertenceram ao Reino de Nápoles. Nele são descritas não apenas informações familiares, mas também patrimoniais. Costumam ser encontrados nos Archivi di Stato, mas eventualmente pode existir uma cópia no município. Em outras regiões da Itália há outros tipos de cadastros que podem ser úteis para as pesquisas.

 

Cartusciello ainda destacou a importância dos fundos notariais dos Archivi di Stato, alguns desde o século XV, nos quais podem ser localizados testamentos, pactos antenupciais, registros de vendas e outros atos interessantes para reconstruir o cotidiano daqueles tempos.

Por fim, Michele Cartusciello falou sobre atividades praticadas pelo “Museo del Cognome”, único do mundo no gênero, situado em Padula, Província de Salerno, por ele dirigido, tais como: encontros de famílias e lições de genealogia para crianças, bem como os projetos de turismo genealógico e “quadrinhos genealógicos”. 



publicado em 05-11-2016
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